Vice-presidente do PSB defende que Lula seja enquadrado na Ficha Limpa

O PSB deflagrou nesta semana discussão sobre o lançamento de candidatura própria nas eleições presidenciais de outubro. Vice-presidente nacional do PSB, o ex-deputado federal Beto Albuquerque colocou seu nome à disposição e defendeu que o cenário de 2018 está muito parecido com o de 1989, quando houve uma pulverização de candidatos. Ele ainda cobrou a aplicação da Lei da Ficha Limpa no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que o PT era um dos partidos mais entusiastas da proposta em 2010. Para ele, Lula ficará inelegível.

— Em 2010, era deputado e todos nós celebramos a aprovação da Lei da Ficha Limpa. Todo mundo lutou por isso, a começar pelo ex-deputado José Eduardo Cardozo, do PT. A Lei da Ficha Limpa é consolidada e é para todos. Tem que se aplicar a Ficha Lima porque ela é clara: julgado e condenado em segundo grau é inelegível. Concluído o processo no TRF-4, o TSE será provocado sobre a situação de Lula — disse Beto Albuquerque ao GLOBO.

Na terça-feira, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, divulgou uma nota criticando a celeridade do julgamento de Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e afirmando que “o tribunal político mais adequado em uma democracia é o voto popular”. As informações são de O Globo.

Para Beto Albuquerque, o ex-presidente Lula cometeu erros ao priorizar a reação política e não a jurídica. Ele ainda criticou o comportamento do PT, que se aliou ao PMDB na disputa de poder já com Lula e depois para eleger e reeleger a ex-presidente Dilma Rousseff.

— Gosto de um país onde a Justiça julgue (de forma) livre. O maior erro do Lula foi apostar na defesa mais na política do que no campo jurídico — disse ele.

O PSB ainda não decidiu se terá um candidato próprio nas eleições deste ano, ou se apoiará outra legenda. Foi feito um convite a Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não deu uma resposta. Enquanto disso, o ex-ministro Aldo Rebelo, que se filiou recentemente à legenda, demonstrou a intenção de concorrer.

Beto Albuquerque se reuniu na quarta-feira com o presidente do PSB, Carlos Siqueira, e com o ex-governador do Espírito Santo Renato Casagrande. No encontro, defendeu que o partido ocupe espaço na eleição e tenha candidato. Ele foi candidato a vice-presidente nas eleições presidenciais de 2014, na chapa de Marina Silva — que tornou-se candidata após a morte do ex-governador Eduardo Campos, que era fialiado ao PSB.

Para Albuquerque, todos os partidos têm que ocupar espaço neste cenário novo de 2018. O gaúcho já foi aliado do PT, mas se afastou e nem estava em Porto Alegre ontem, data do julgamento de Lula pelo TRF-4, e também não compareceu ao ato realizado na véspera na capital gaúcha, quando integrantes de diferentes partidos estiveram ao lado de Lula.

— Não ter candidato em 2018 é não dar importância ao Eduardo Campos. É um cenário do imponderável, e o partido tem que tentar o protagonismo. O partido que não fizer isso será esquecido. É o começo de uma geração intermediária na política — disse ele.

Na próxima quarta-feira, ele pretende apresentar um documento oficial à direção do PSB sobre candidaturas.

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