‘Xerife do Senado’ defende anistia ao caixa dois

O senador João Aberto Souza (PMDB-MA)

Eleito presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA) diz que não se abala com pressão da opinião pública e critica a Operação Lava Jato

João Alberto Souza (PMDB-MA) já é figura cativa na presidência do Conselho de Ética do Senado. Na última semana, ele foi eleito para presidir pela sexta vez o órgão, que tem entre suas atribuições cassar mandatos de senadores envolvidos em malfeitos – algo que em tempos de Lava Jato, com quase um terço das 81 excelências sob suspeita, deveria assustar muita gente por lá.

No figurino de xerifão do Senado, porém, João Alberto não assusta. Muito pelo contrário. Ele se exibe alegremente como amigão de todos os colegas, de todos os partidos. E, polêmico, assume sem pruridos o discurso reinante entre os parlamentares que, muitas vezes à boca miúda, trabalham para minar a Lava Jato: ataca as delações premiadas, questiona as gravações usadas como prova na operação e propõe punições brandas para quem se meteu com caixa dois.

Para o senador, a devolução do dinheiro irregular já bastaria para livrar os políticos de qualquer embaraço judicial. “Se aquilo foi gasto com eleição, tem de ser anistiado. Nós não podemos colocar tudo num saco só”, afirma. Aos 82 anos, o presidente do Conselho de Ética defende que o Senado afaste “aqueles que não prestam”, mas ao mesmo tempo promete “olhar com carinho” a situação dos colegas enrolados.

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