Desde 2015, o Rio Grande do Norte registrou nove mortes em acidentes aéreos. Os dados são do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que contabilizou 48 ocorrências no estado ao longo da última década. Dessas, sete foram classificadas como acidentes graves e quatro resultaram em mortes.
O caso mais recente foi a queda de um girocóptero em Grossos, na Costa Branca potiguar, ocorrida no dia 21 de abril deste ano. A aeronave caiu na Praia de Areias Alvas e matou o piloto Flavius Neves, de 66 anos, e o aluno de pilotagem Geraldo Francisco da Silva, de 42. Equipes do Cenipa e do Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) vistoriaram os destroços no dia 23, como parte da investigação do acidente.
Ainda segundo o Cenipa, as ações iniciais da apuração foram realizadas pelo Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa II), com sede em Recife (PE). A investigação busca identificar fatores contribuintes e prevenir novas ocorrências, sem atribuição de culpa ou responsabilidade penal.
O órgão explicou que, durante a ação inicial, são aplicadas técnicas específicas por profissionais qualificados e credenciados, responsáveis pela coleta e confirmação de dados, preservação dos elementos, verificação inicial dos danos causados à aeronave ou pela aeronave, e pelo levantamento de outras informações necessárias à investigação.
“A conclusão dessa investigação ocorrerá no menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes. Quando concluído, o Relatório Final será publicado no site do CENIPA, acessível a toda a sociedade”, detalhou o órgão.
A maior parte das ocorrências registradas no RN foi considerada de menor gravidade. Dos 48 casos, 39 foram classificados como “incidentes”, quando não há danos substanciais à aeronave nem ferimentos graves.
A principal causa registrada foi “falha ou mau funcionamento de sistema ou componente da aeronave”, com 12 registros, sendo um acidente e 11 incidentes.
Em seguida, aparece “falha do motor em voo”, com oito casos – um acidente, três incidentes graves e quatro incidentes. Ocorrências por “colisão com ave” também se destacaram, com sete registros.
Outros tipos de acidente registrados no estado envolvem “perda de controle em voo”, “colisão no solo” e “operação a baixa altitude”. Cada uma dessas causas foi responsável por um acidente nos últimos dez anos.
Em 5 de junho de 2022, um helicóptero a serviço da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) caiu em um açude em Currais Novos após colidir com uma linha de transmissão. Morreram o piloto Juberson Coelho Coimbra, de 65 anos, e os inspetores Robson Deusdette de Melo Araújo, de 35, e Francisco Wilson da Silva, de 52.
Em 7 de novembro de 2021, um ultraleve caiu durante a decolagem em São José de Mipibu. As vítimas foram o instrutor Carlos Moura e o passageiro Ryan Müller Belém Rodrigues, de 23 anos.
Outro acidente fatal ocorreu em 4 de abril de 2015, quando um monomotor caiu em Ceará-Mirim. As vítimas foram o piloto e instrutor Kellinson Vasconcelos, de 38 anos, e o proprietário da aeronave, Guilherme Hobus, de 52. A aeronave, de modelo experimental, havia sido montada no estado.