O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira, 14, que está arcando com as despesas do deputado federal Eduardo Bolsonaro, licenciado nos Estados Unidos, através de doações feitas por apoiadores via Pix em 2023.
“Eu estou bancando as despesas dele agora. Se não fosse o PIX, eu não teria como bancar essa despesa, ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior. O que queremos é garantir a nossa democracia, não queremos um judiciário parcial. Ele resolveu ficar por lá, nós conversamos quase todos os dias, mas são diálogos reservados. Quero que ele dispute o Senado em 2026, mas precisamos que os ventos mudem. Ainda não sei se ele retorna da licença, estamos na metade do prazo de 120 dias. Eu não quero ficar longe do meu filho, um afastamento familiar”, disse Bolsonaro.
Em 2023, o ex-presidente arrecadou R$ 17,2 milhões em doações em campanha para pagar as multas estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Licenciado
Em março, Eduardo divulgou um vídeo anunciando que se licenciaria da Câmara para permanecer nos Estados Unidos.
O parlamentar classificou a decisão como a “mais difícil” de sua vida.
“Tornei-me deputado para representar o povo paulista no melhor interesse da minha nação. O que o ministro da Suprema Corte Alexandre de Moraes e os seus cúmplices estão tentando fazer é usar justamente o meu mandato como cabresto, como ferramenta de chantagem e coação do regime de exceção. Como instrumento para me prender e impedir que eu represente os melhores interesses para o meu país”, afirmou o deputado em vídeo gravado na rua nos Estados Unidos.
Ele segue no vídeo:
“Seria mais confortável ficar quieto recebendo um excelente salário e fingindo defender os paulistas e meus irmãos brasileiros do que enfrentar esse sistema covarde e desumano. Mas eu não aceitei esse chamado para ter conforto ou comodidade. Eu aceitei esse chamado para defender os valores da nossa civilização. Aceitei essa vocação como um compromisso, não só com a minha família e a minha nação, mas como uma aliança com Deus, um voto de lealdade que apenas um homem com caráter e fé pode entender.
Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e os seus truques sujos. Assim sendo, da mesma forma que eu assumi o mandato parlamentar para representar a minha nação, eu abdico temporariamente dele para seguir bem representando esses milhões de irmãos de pátria que me incumbiram dessa nobre missão“, disse.
No dia seguinte, o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, manifestou-se contra a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro.
O eventual confisco do documento teria sido um dos motivos para o filho de Bolsonaro permanecer nos EUA.