
“Ou mudamos o Brasil agora, ou o PT volta, volta com muito mais força do que tinha até o final do governo Dilma”, declarou o presidente eleito, Bolsonaro,
para a plateia da primeira Cúpula Conservadora das Américas, realizada neste sábado (8) num hotel em Foz do Iguaçu (PR).
“O que vocês fazem aí eu dou os parabéns. Há preocupação, sim, de manter viva a chama da liberdade”, afirma o presidente eleito.
Essa ideologia tão perversa, no caso, é a esquerdista, tratada como causa de todos os males da América Latina no evento —que intercalou a oratória inflamada com um pedido de casamento. Eduardo pediu a mão da namorada, a psicóloga Heloísa Wolf, ao vivo após a fala do pai. Ela disse sim.
O encontro foi organizado pelos futuros colegas de Câmara Eduardo e Luiz Philippe de Orleans e Bragança, conhecido como “o príncipe”, ambos do PSL, mais o advogado do partido Gustavo Kfouri.
O público, cerca de um terço dos 1.500 inscritos, não chegou a lotar o auditório de um hotel local. Viajar para a cidade paranaense na tríplice fronteira com Brasil, Argentina e Paraguai sai caro, Eduardo ponderaria depois a jornalistas.
Os que foram se refastelaram com um corolário de declarações antiesquerda, com especial carinho pela participação de Olavo de Carvalho via videoconferência.
Entre assoadas de nariz e goles de um trago, a figura de proa do bolsonarismo disparou frases contra o polo progressista. A Comissão da Verdade, por exemplo, rebatizou de “Começão da Verdade”.
Ao comparar o certame ideológico na América Latina com uma “guerra espiritual” entre “o bem e o mal”, asenadora colombiana María Fernanda Cabal Molina, do direitista Centro Democrático, fundado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, deu o discurso que melhor sintetizou a quarta e última mesa do evento.
Não faltou um afago ao pai de um dos idealizadores do evento, o deputado eleito Eduardo Bolsonaro (PSL). “O triunfo de Jair Bolsonaro é o resgate rumo à civilização ocidental e à liberdade.”
Com frases de efeito, como “não há nada mais capitalista do que um comunista” e “um comunista no poder significa milhões de mortos numa sociedade”, María Fernanda recuperou o interesse de uma plateia que foi se esvaziando ao longo do dia, que acabou com várias cadeiras vagas no pavilhão que sediou a conferência.
A cúpula terminou com uma carta com “anseios populares aos representantes do povo”, que incluiu tópicos como “combater a cultura do vitimismo” e “fortalecimento dos valores da cultura ocidental”.