
Paulo Maluf botou à venda parte de sua adega, uma das mais célebres do Brasil e certamente a mais bem fornida do mundo político.
Quer se desfazer de 862 garrafas das melhores safras dos grandes vinhos da Borgonha. Quem se interessar, vai pagar um total de US$ 3.889 milhões (cerca de R$ 15 milhões).
Por décadas, a adega serve (e muito bem) a amigos do ex-governador. Era comum depois de um jantar na casa de Maluf que o convidado saísse de lá com uma garrafa nas mãos — fosse ele político, empresário ou jornalista.
Maluf é tido como o maior colecionador de Romanée-Conti do Brasil. E das melhores safras, ou seja, as de 1961, 1966, 1971, 1978, 1985 e 1990. Aliás, o mais caro dos vinhos oferecidos é uma garrafa magnum (de 1,5 litro) do Romanée-Conti, safra 1971. Maluf pede por esse néctar da Borgonha US$ 66,8 mil, o equivalente a R$ 258 mil.
Uma lista detalhando safra, quantidades e preço tem circulado em mãos muito seletas. Apesar da qualidade e da procedência da coleção, a venda tem se revelado penosa.
Não exatamente pela exigência de que o comprador leve todo o lote. Mas porque o vendedor quer a grana em dinheiro vivo. Quem se habilita?
O assessor de imprensa de Maluf, Adilson Laranjeiras, enviou a seguinte nota: “Não é verdadeira a notícia de que Paulo Maluf está vendendo vinhos de sua propriedade que, aliás, não valem tanto assim. Paulo Maluf vai ser internado amanhã, segunda-feira, no Hospital Sírio Libanês para ser operado de um câncer. Não tem tempo portanto, para se ocupar em vendas deste tipo. A notícia deixou profundamente abalada a família de Paulo Maluf, que está preocupada com seu estado de saúde”. A coluna confirma a informação publicada.) LAURO JARDIM – O Globo