em Natal ( Av Conselheiro Tristão , Zona Norte Redinha)
foto/adriano abreu/h/selecionadas
O preço do litro da gasolina e do diesel em postos de combustíveis de Natal já ultrapassou os R$ 6,00 chegando a R$ 6,59 em diferentes zonas da cidade. Na última semana, o preço médio calculado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) na capital estava em R$ 5,70. O aumento é reflexo do reajuste de promovido pela Petrobras nas refinarias nesta quarta-feira (16), com um acréscimo de 16,2% para o litro da gasolina e 25,8% para o diesel.
Com o aumento nas refinarias, o preço predominante pelo litro da gasolina, que se encontrava na faixa dos R$ 5,69 na última semana nos postos da capital, agora passa a R$ 5,99 , alguns centavos menos que o cobrado pelo diesel. Contudo, há postos onde a oscilação foi mais elevada.
Na rua Conselheiro Tristão, zona Norte da capital, a gasolina comum ou aditivada está a R$ 6,59 e o diesel a R$ 6,49. Ali próximo, chegada ao bairro da Redinha, outro posto comercializa a R$ 6,54 o litro da gasolina.
A caminho da zona Sul, na Avenida Miguel Castro, em Lagoa Nova, também tem posto com gasolina e diesel a R$ 6,59. Partindo para Ponta Negra, mais ao Sul, postos da Avenida Engenheiro Roberto Freire, não vendem gasolina por menos de R$ 5,99 mas também passam disso, para R$ 6,39 e R$ 6,59.
Alguns desses têm bandeira da Petrobras, contudo, nenhum dos que foram visitados pela TRIBUNA do NORTE vendem gasolina por menos de R$ 5,99.
Segundo a Petrobras, no ano, a variação acumulada do preço de venda de gasolina A da companhia para as distribuidoras representa uma redução de R$ 0,15 por litro. Já a variação acumulada do preço de venda de diesel A da estatal é uma redução de R$ 0,69 por litro.”Destaca-se que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final no posto, tanto para a gasolina, quanto para o diesel, é afetado também por outros fatores como impostos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda”, destacou em nota.
Mesmo que a refinaria Clara Camarão, em Guamaré, tenha sido vendida à 3R Petroleum e, por isso, não sofra impacto direto com a política de preços da Petrobras, os revendedores potiguares repassaram o aumento da estatal nas bombas.
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipostos/RN), o que pode estar ocorrendo é a equiparação dos preços entre os revendedores que compram à 3R e os que estavam comprando nas refinarias de outros estados. “A gente conseguia comprar um determinado volume fora. Chegando aqui era possível manter uma condição comercial mais baixa e quem não comprava fora não conseguia praticar o preço pelo que comprava na Clara Camarão. Agora, o que aconteceu com esse reajuste da Petrobras é que os preços ficaram equiparados”, disse o presidente do Sindipostos/RN Maxwell Flor.
No início deste mês, a TRIBUNA DO NORTE percorreu esses estabelecimentos e encontrou preços que variavam entre R$ 5,39 e R$ 6,89. Até aquele momento o Sindipostos informava que os quatro reajustes que a 3R Petroleum tinha promovido em julho, gerando uma diferença de 80 centavos no litro da gasolina em relação à Petrobras, não tinham sido ainda repassados para o consumidor final.
Nesta quinta-feira, a 3R deverá publicar uma atualização dos preços. Depois de cinco aumentos seguidos, na semana passada o valor da gasolina empresa para revenda foi reduzido de R$ 3,29 para R$ 3.19.
Impacto na inflação
O aumento no preço dos combustíveis deverá impactar no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador considerado a inflação oficial do país. A expectativa é do economista Ricardo Valério que destaca o alto percentual do reajuste, especialmente para o óleo diesel. “O aumento nos preços foram muito prejudiciais, principalmente o do óleo diesel. Esse aumento de 25% foi o maior aumento concentrado desde 1994. Seguramente vai ter um impacto no IPCA de agosto e de setembro já que são quase 80 centavos num litro do óleo diesel do país onde o transporte modal mais usado é o rodoviário”, explica o economista.
A circulação de produtos no Brasil depende em mais de 60% do transporte rodoviário de carga, incluindo itens essenciais, como os alimentos. Por isso o economista alerta que o reajuste nos combustíveis vai impactar diretamente no frete, tanto de cargas quanto de passageiros.
Na terça-feira passada, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já tinha feito esse alerta, estimando que possa afetar o IPCA em 0,4 ponto porcentual (p.p.) entre agosto e setembro. “O impacto da gasolina (na inflação) é direto na cadeia. Ainda terá algumas revisões com o reajuste de hoje”, afirmou o presidente do BC.
