Na conversa com Joesley Batista no Hotel Unique, em São Paulo, no dia 24 de março, Aécio Neves lhe ofereceu a possibilidade de nomear um diretor da Vale, segundo matéria no blog do jornalista de O Globo, Laura Jardim. Foi nessa mesma conversa que Aécio pediu R$ 2 milhões para, supostamente, pagar honorários advocatícios.
A matéria revela que este trecho da gravação feita pelo dono da JBS rebate frontalmente o que Aécio disse na noite de quarta-feira (17): que sua relação com o Joesley era meramente de amizade, sem envolver nenhum tipo de contrapartida. Essa informação revela que embora a Vale seja uma empresa de capital misto, o tipo de acesso que Aécio vende ali só era possível devido à sua influência no governo Temer e o devido poder do governo sobre a formação da diretoria da Vale.
Na conversa gravada por Joesley, os dois começam a falar na Vale quando o empresário diz a Aécio que gostaria que o novo presidente da empresa fosse Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, da Petrobras e envolvido na Lava-Jato.
O parlamentar disse que não seria possível, mas tranquiliza Joesley. Contou que ele já havia indicado o novo presidente da Vale e que o nome de seu candidato seria conhecido em breve.
Para Joesley, Aécio não falou em nomes. Mas quando, três dias depois dessa conversa gravada pelo empresário, Fábio Schvartsman foi anunciado como o novo presidente da Vale, Aécio disse a vários interlocutores que o executivo foi indicado por ele.
Revelou, em seguida, que havia colocado o nome de seu indicado como um dos três da empresa de headhunters contratada pela Vale para fazer a escolha. E mais: Joesley poderia escolher qualquer diretoria da empresa para fazer uma nomeação.