Agora, Planalto diz que Temer ‘não sabia’ que avião particular usado por ele era de Joesley

Após Joesley Batista, dono da JBS, dizer à Procuradoria-Geral da República que cedeu avião para o então vice-presidente Michel Temer e a esposa em 2011, o Palácio do Planalto mudou a versão. Antes, Temer teria usado “apenas” avião da FAB. Agora, a aeronave era particular, mas ele “não sabia” a quem pertencia, segundo reportagem do jornal O Globo.

Segundo Joesley disse aos procuradores que, em viagem de Comandatuba a São Paulo em 2011, em seu avião, Temer teria ficado até com ciúmes por causa de flores que foram colocadas para a esposa, Marcela Temer. O presidente teria feitos voos até São Paulo e Porto Alegre, de acordo com o delator.

“O então vice-presidente Michel Temer utilizou aeronave particular no dia 12 de janeiro de 2011 para levar sua família de São Paulo a Comandatuba, deslocando-se em seguida a Brasília, onde manteve agenda normal no gabinete. A família retornou a São Paulo no dia 14, usando o mesmo meio de transporte. O vice-presidente não sabia a quem pertencia a aeronave e não fez pagamento pelo serviço”, diz nota do Planalto nesta quarta-feira.
Um dia antes, contudo, o discurso era diferente: a assessoria afirmara que o peemedebista viajou à capital do Rio Grande do Sul no começo de 2011, em viagem oficial, e em Comandatuba, em abril daquele ano, “apenas em aeronave da FAB”.

O GLOBO perguntou ao Planalto para quem Temer pediu essa aeronave particular; por que ele fez esse pedido; a convite de quem; e quem o acompanhara no voo. O palácio ainda não respondeu aos questionamentos.

No último dia 17, o GLOBO revelou que o presidente deu aval para Joesley comprar o silêncio de Eduardo Cunha na cadeia. Temer é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça. Nesta terça-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) segue julgando se cassa o mandato do peemedebista por abuso de poder econômico e político na eleição de 2014, na chapa com a ex-presidente Dilma Rousseff.

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