Bloqueio na ponte prejudica tráfego e ameaça comércio, diz Prefeitura

Quase três meses após o fechamento das faixas de travessia sentido zona Norte/Centro para restauração da Ponte de Igapó, o bloqueio segue causando muitas dores de cabeça para quem trafega pela região ou trabalha no entorno. Os prejuízos vão desde uma maior lentidão no tempo de viagens de linhas de ônibus à queda na movimentação do comércio que fica próximo às vias de acesso ao equipamento. As questões levaram o Município a pedir na Justiça uma perícia para avaliar se é possível a retirada do canteiro de obras de cima da ponte e a liberação do tráfego na área bloqueada.

De acordo com uma Ação Civil Pública (ACP) que solicitou à Justiça federal a perícia, com decisão favorável ao pedido, “a interdição da Ponte de Igapó afeta diretamente a rotina dos 350 mil habitantes da zona Norte, assim como de todo o comércio da capital”. O documento cita que, além dos estabelecimentos localizados próximos à Ponte, o comércio de outras áreas da cidade também tem sido impactado, como é o caso do Alecrim, onde houve, inclusive, “o fechamento de quatro empreendimentos”.

Para quem tem comércio perto da obra os transtornos são ainda mais sentidos. A queda na movimentação de clientes nos estabelecimentos é a principal reclamação. “Reduziu mais de 50%. Hoje, o cliente aqui só faz ‘pingar’. Tem três lojas nas rendondezas que fecharam depois do começo da obra e agora os imóveis foram colocados para alugar”, afirma Wilame Tavares, que tem uma oficina de conserto de motos em Igapó. Na loja em que a vendedora Débora Cristiane trabalha, o movimento caiu em torno de 40%.

“Os clientes evitam vir aqui por causa do grande congestionamento que se forma. Espero que essa obra termine o quanto antes”, afirma ela, que trabalha em uma loja de ferragens e acessórios para móveis nas proximidades da Ponte. Na madeireira que fica ao lado, mais relatos de baixa no fluxo de clientes. “Chegar à loja hoje é motivo de muita dificuldade por causa do trânsito, então, os clientes que deveriam vir do outro lado da ponte, de regiões como a zona Leste e do Centro, não vêm mais. Com isso, a gente tem uma queda de cerca de 15% no fluxo de pessoas aqui. Felizmente, a maioria dos nossos clientes mora nas imediações e a gente teve um impacto menor em relação a outros comércios aqui da região”, relata Clenilson Dias, gerente da madeireira.

A ACP onde o Município trata do entendimento de que o canteiro de obras não deveria estar instalado em cima da ponte destaca que o impacto da interdição “atinge desde os trabalhadores que precisam se deslocar para trabalhar na zona Sul da capital, até os consumidores que tendem a evitar cruzar a ponte”. Além disso, diz o documento, a equipe técnica da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana de Natal (STTU) também observou um impacto exponencial no transporte público”.

A Ação aponta que a STTU identificou “um aumento significativo no tempo de viagem das linhas que circulam na Ponte de Igapó, principalmente nos horários de pico”. O documento não deixa claro, no entanto, de quanto foi esse aumento. Procurada, a STTU não respondeu sobre a questão. A reportagem tentou contato com o procurador-geral do Município, Thiago Tavares, para que ele detalhasse o impacto no trânsito, já que o caso está na esfera judicial, mas ele não atendeu aos contatos feitos.

Outro ponto justificado na ACP para a retirada do canteiro é que existem outros locais onde ele poderia ser instalado: um deles fica a alguns metros da cabeceira da Ponte, um terreno de 1.500,00 m². “Outrossim, ainda foi identificado um trecho alternativo, localizado em área lindeira à via, que também poderá comportar o canteiro de obras atualmente localizado na Ponte de Igapó”, detalha a ACP.

Na manhã desta quarta-feira (27), a reportagem foi ao local da obra para saber como está o andamento dos serviços, mas um funcionário, que se identificou como técnico em segurança do trabalho, disse que qualquer informação só seria divulgada pelo Dnit. O Dnit disse que a obra está dentro do cronograma, com 61

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