Câmara decide nesta semana o futuro do Uber e demais aplicativos de transporte

Usuários e empresas de aplicativos de transporte voltarão suas atenções para o Congresso Nacional nesta semana. Mais precisamente para a Câmara, que deve votar, a partir desta terça-feira (27), a regulamentação do setor. Os deputados já aprovaram o texto e enviaram a proposta para os senadores, que o devolveram com 20 alterações. As mudanças feitas pelo Senado agradaram a empresas como a Uber, o Cabify, Easy e o 99, que haviam declarado guerra e promovido manifestações em Brasília contra a versão original da Câmara, de autoria do deputado Carlos Zarattini (PT-SP).

O texto de Zarattini atende a reivindicações dos taxistas, que, de olho na concorrência, cobram regras mais duras para os aplicativos. O receio da Uber, do Cabify, da Easy e do 99, entre outros, é que os deputados retomem o texto aprovado anteriormente pela Casa e inviabilizem os seus serviços. Em campanha na internet e na TV, a Uber classifica o projeto de Zarattini como “lei do atraso” e incita seus motoristas e usuários a pressionarem nas redes sociais os parlamentares.

Uma das principais alterações feita pelos senadores retira do município a atribuição de autorizar a atividade, mantendo apenas a competência para fiscalizar o serviço. Também foi liberada a circulação dos veículos em cidades vizinhas. Outra emenda aprovada pelo Senado retira da proposta original a obrigatoriedade de que o condutor seja proprietário do veículo e do uso de placas vermelhas nos carros. As informações de Congresso Em Foco.

Zarattini rebate a tese das empresas de que, se aprovada como ele propõe, a lei vai inviabilizar a prestação desse tipo de serviço. “O projeto não vai proibir de forma alguma o Uber e outros aplicativos, mas vai permitir que as prefeituras regulamentem esse serviço e garantam as condições de qualidade, boa prestação e baixa tarifa quanto para os serviços de aplicativo quanto para os serviços de táxi”, diz o deputado.

Como o projeto é de autoria de um deputado, caberá à Câmara a palavra final sobre o assunto. Ou seja, se a Casa decidir restabelecer a proposta original, restará à Uber e suas congêneres apelar ao presidente Michel Temer para que vete a nova lei.

Renegociação de dívidas

Antes de votar a regulamentação dos aplicativos de transporte, a Câmara terá de votar a medida provisória (MP 801/17) que tranca a pauta e dispensa os estados de uma série de exigências para renegociar suas dívidas com a União lastreadas em três leis complementares.

Também está na pauta da Câmara desta terça-feira o Projeto de Lei 9160/17, do Senado, que aumenta as penas para uso de explosivos em furto ou roubo. No caso do furto, cuja pena geral é de reclusão de 1 a 4 anos, o crime de empregar explosivos ou de furtá-los passará a ser punido com 4 a 10 anos.

Já o roubo de explosivos passará a ser penalizado com aumento de 1/3 à metade da pena geral de reclusão de 4 a 10 anos. Para o roubo realizado com arma de fogo ou com uso de explosivos, o agravante será de 2/3 da pena cominada.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.