Governo remaneja 18 na CCJ e delegado Waldir chamar Temer de ‘bandido’

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Na tentativa de evitar uma derrota para Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a base governista remanejou na última semana nada menos que 18 integrantes do colegiado (que tem 66 titulares e 66 suplentes). As últimas mudanças ocorreram tão em cima da hora que só houve tempo para registrá-las à mão nessa segunda-feira (10).

Foi à caneta que o PR oficializou os nomes de Bilac Pinto (MG), Laerte Bessa (DF), Magda Mofatto (GO) e Milton Monti (SP) no lugar de Delegado Waldir (GO), Jorginho Mello (SC), Marcelo Delaroli (RJ) e Paulo Freire (SP). Outros cinco partidos também fizeram trocas nos últimos dias: PMDB, PTB, SD, PRB e PSD. A manobra visa a garantir a rejeição do relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que pediu nessa segunda-feira (10) a continuidade da denúncia contra Temer por corrupção passiva.

O deputado Delegado Waldir revoltou-se. Sacado da comissão que integrava havia dois anos, gritava chamando o partido de “vendido” e “cambada de bandido”. “Este governo é bandido, é covarde”, bradou. “Está tudo grudado no saco do governo! Quem manda é o Temer, esse bandido! É um lixo de governo! Quadrilha organizada!”, vociferou.

O deputado Major Olímpio (SD-SP), que já havia reclamado no final de junho por ter sido tratado como “corno”, o “último a saber”, quando removido do posto de titular da CCJ por sua legenda, deu apoio ao colega: “É a primeira vez que temos um presidente criminoso para ser apreciado”, afirmou Olímpio, bradando que os postos na CCJ foram “comercializados criminosamente”. Foi vaiado pelos governistas. “Quem está vaiando está recebendo para vaiar, tem carguinho para vaiar”.

Pelos cálculos da oposição, antes das trocas, o governo perderia por 32 a 30. Agora, depois de todas as mudanças, os adversários do governo dizem que Temer consegue vencer por 38 a 28 na CCJ. A oposição pediu a anulação das trocas, mas o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse que elas são permitidas pelo regimento. Vice-líder do PMDB e integrante da tropa de choque de Temer na Câmara, Carlos Marun defendeu as trocas na cCCJ. “Estamos escalando a seleção para essa partida”, comparou.

As manobras mostram que o governo não tem apoio na Casa e será alvo de grande infidelidade na votação da denúncia no plenário, onde precisa de 171 votos dos 513 deputados. Para o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), o “rolo compressor” do governo resultará em uma vitória artificial para Temer na CCJ. “No plenário não dá para trocar deputado. Temos esperança grande”, declarou.

Enquete do jornal “O Globo” mostra que 174 deputados manifestaram intenção de votar a favor da denúncia em plenário: mais da metade do necessário para que seja autorizada a denúncia (342 votos). Ao mesmo tempo, 72 parlamentares responderam que são contra a autorização – são necessários 171 votos para arquivar o pedido de abertura de ação penal contra o presidente Temer. Os indecisos somam 109 e 157 ainda não se manifestaram.

Troca-troca

Confira os deputados que foram trocados por seus partidos na CCJ para garantir voto contra o relatório de Zveiter:

Entraram:

Nelson Marquezelli (PTB-SP)

Bilac Pinto (PR-MG)

Laerte Bessa (PR-DF)

Milton Monti (PR-SP)

Magda Moffato (PR-GO)

Evandro Roman (PSD-PR)

Carlos Marun (PMDB-MS)

Cleber Verde (PRB-MA)

Laércio Oliveira (SD-SE)

Saíram:

Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)

Jorginho Mello (PR-SC)

Delegado Waldir (PR-GO)

Marcelo Delaroli (PR-RJ)

Paulo Freire (PR-SP)

Expedito Neto (PSD-RO)

José Fogaça (PMDB-RS)

João Campos (PRB-GO)

Major Olímpio (SD-SP)

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