Mais de 980 mil alunos se inscreveram no primeiro dia do Sisu

Pouco mais de 984 mil pessoas se inscreveram até as 18h desta terça-feira no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que dá acesso ao ensino superior em instituições públicas aos candidatos que prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os estudantes têm direito a duas opções de curso ou universidade. Ao todo, foram realizadas 1.872.517 inscrições.

Os alunos poderão fazer suas escolhas até sexta-feira. O sistema calculará diariamente a nota de corte — ou seja, a menor nota para que o candidato fique entre os potencialmente selecionados para um curso — com base no número de vagas disponíveis e na quantidade de inscritos. Esta referência pode ajudar os alunos a mudar suas opções, caso não vejam chances de serem aprovados.

Renato Pellizzari, coordenador de vestibular do Colégio Qi, recomenda que os alunos usem as notas de corte para analisar a disponibilidade de vagas para seu curso em toda a região onde desejam estudar. As informações são de O Globo.

— É preciso cautela na hora de decidir pela mudança de curso — indica ele. — Vejo muitos alunos que colocam como segunda opção um curso com o qual não têm afinidade, mas que julgam mais fácil para assegurar uma vaga.

ABANDONO DO CURSO

Para o professor, os estudantes são muito pressionados a mostrar que foram aprovados em uma universidade pública. Como resultado, optam por se matricular em um curso que não desejam, e, muitas vezes, abandonam em seguida.

— O aluno, assim, perde tempo tendo que se preparar para a edição seguinte do Enem. Além disso, também tira a vaga de um estudante que gostaria de fazer o curso que ele está abandonando — ressalta Pellizzari. — Recomendo que os inscritos sempre escolham oportunidades que queiram seguir.

O estudante do Colégio Sion Pedro Rocha, de 18 anos, inscreveu-se no primeiro minuto da madrugada de ontem, logo após o Sisu liberar o acesso. Ele quer cursar Administração. Como primeira opção, ele escolheu a UFRJ. Como alternativa, a UFF.

— Eu estava ansioso e entrei no site antes de dormir. A vantagem é que terei mais tempo para monitorar as notas de corte das universidades — diz ele. — No Enem, eu tive desempenho de mediano para bom. Se acreditar que minha nota não é suficiente para uma vaga na UFRJ, vou me candidatar ao curso do Cefet.

Rocha ressalta que o Enem “quebrou barreiras” e, por isso, o fluxo de estudantes pelo país está mais intenso do que na época do vestibular tradicional. Dessa forma, as universidades de ponta entram no leque de opções de alunos de outros estados, o que aumenta ainda mais a competição.

De acordo com o Ministério da Educação, a página do Sisu teve entre 30 mil e 80 mil acessos simultâneos até o início da noite de ontem. Não houve, segundo a pasta, problemas no tráfego, já que o sistema poderia receber até 250 mil usuários ao mesmo tempo.

No entanto, Juliana Magaton, aluna do Colégio Qi, teve dificuldades para fazer a inscrição. Ao acessar o aplicativo do Sisu no celular para consulta, ela recebeu o alerta de que tirou nota zero na redação e, por isso, não poderia participar do processo.

— Levei um susto porque minha nota na redação foi 980 — conta ela. — Fiz a inscrição pelo computador. O site estava sobrecarregado, mas consegui.

Juliana optou, em primeiro lugar, pelo curso de Engenharia de Petróleo; em segundo, por Engenharia Mecânica, ambos na UFRJ.

— Gosto das duas áreas. Muitos dos meus amigos também escolheram cursos diferentes. É uma decisão importante e complicada para nossa idade — diz a estudante, de 17 anos.

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