Depois de afirmar que não juntará as denúncias que forem enviadas à Câmara contra o presidente Michel Temer, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse nessa quarta-feira (28) que para cada denúncia será escolhido um relator. Por enquanto, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, ofereceu denúncia contra Temer por corrupção passiva. Mas há a expectativa de que Janot denuncie o presidente também por obstrução da Justiça e prevaricação, com base nas delações da JBS.
A base do governo vinha se movimentando para que as denúncias fossem apensadas e relatadas por um único deputado. Pacheco, a quem cabe escolher o relator, disse que escolherá alguém que tenha isenção e “relativa independência”, mas não garantiu que não será alguém do PMDB, partido de Temer. “É inédito uma denúncia criminal contra o presidente da República, então temos que tratar com a mesma seriedade. Cada denúncia que chegar será escolhido um relator que seja o mais adequado para enfrentar essa discussão”, disse Pacheco. As informações são da Agência Estado.
Tanto Pacheco quanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), consultaram os técnicos do Legislativo sobre o rito que deve ser obedecido para a tramitação da denúncia. Segundo Júlio Delgado (PSD-MG), Maia disse que, em princípio, não será possível juntar as denúncias se houver um intervalo muito grande entre a primeira e as demais.
Em reunião com aliados nessa quarta-feira (28), Temer pediu aos líderes que votem de forma conjunta as denúncias.
