Petistas querem Dilma candidata ao Senado em Minas

Dirigentes petistas desejam que a ex-presidente Dilma Rousseff altere seu domicílio eleitoral e dispute as eleições de 2018 como candidata ao Senado em Minas Gerais. A mudança teria de ocorrer até o dia 7 de outubro deste ano, pelo calendário eleitoral. Entre os argumentos, está a vitória que Dilma teve na disputa presidencial de 2014 naquele estado enfrentando Aécio Neves (PSDB), titular de uma das duas vagas no Senado que está em disputa e que ainda não decidiu se buscará a reeleição. Atualmente, a ex-presidente tem domicílio eleitoral no Rio Grande do Sul.

A ida de Dilma para Minas foi defendida ao GlLOBO por petistas mineiros e gaúchos, além de outros integrantes da executiva do partido. Petistas afirmam que teria aumentado a disposição dela de disputar uma vaga de senadora, mas ela ainda resiste a alterar o domicílio eleitoral.

A ex-presidente enfrentaria dificuldades no Rio Grande do Sul. O senador Paulo Paim (PT) é titular de uma das vagas em disputa e é tido como um candidato forte para a reeleição. Ocupar a outra vaga ao Senado com Dilma na chapa dificultaria para o PT a composição com outras forças políticas para a disputa no estado. Além disso, a ex-presidente não aparece em boa posição nas pesquisas em que seu nome foi testado. As informações são de O Globo.

Em Minas, porém, diversos fatores positivos se aglutinariam. Pesquisa feita recentemente indica uma viabilidade maior da candidatura. A possibilidade de ter um novo enfrentamento direto com Aécio poderia motivar a militância. Em 2014, Dilma venceu o segundo turno em Minas com uma diferença de 550 mil votos. Além disso, ela disputaria a eleição tendo um amigo na chapa, o atual governador Fernando Pimentel, que deve buscar a reeleição. Um dos principais aliados de Pimentel, o deputado estadual Rogério Correia destaca o desejo da mudança entre os mineiros.

– O PT nunca elegeu um senador aqui em Minas. Para nós seria uma honra tê-la como candidata – afirmou Correia ao GLOBO.

Dilma nasceu em Minas Gerais e morou em Belo Horizonte até a juventude, quando foi perseguida e presa na ditadura militar. Ela partiu depois para Porto Alegre, onde se estabeleceu e fez carreira política atuando como secretária na prefeitura e no governo estadual. Dilma, porém, nunca chegou a disputar um cargo eletivo no estado.

Diante das dificuldades do cenário gaúcho, chegou-se a cogitar no PT uma mudança do domicílio da ex-presidente para o Rio. A mãe de Dilma tem um apartamento na capital fluminense e a ex-presidente tem se dividido entre a cidade e Porto Alegre. Essa ideia, porém, não avançou porque Lindbergh Farias é titular de uma das vagas em disputa para o Senado e ainda não decidiu se partirá para a reeleição.

A ex-presidente só poderá ser candidata em 2018 porque o Senado decidiu fatiar a votação do impeachment no ano passado. Assim, ela permaneceu habilitada a ocupar cargos públicos e disputar eleições, diferente do que ocorreu com Fernando Collor em 1992. A ideia de uma candidatura passou a ser cogitada com o passar do tempo e no PT há a avaliação de que a eleição dela para o Senado seria importante para reforçar o discurso do partido de que o impeachment teria sido um “golpe”.

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