Por que te calas, Toffoli? Covardia ou outro golpe à vista?

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Em menos de sete dias, o Supremo Tribunal Federal foi alvo de duas graves ofensas – uma direta, mais direta impossível; outra indireta que atingiu sua condição de fiel defensor das leis.

Em vídeo postado no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro comparou-se a um leão ferido e a outro em boa forma. E comparou o Supremo a uma hiena, animal de péssima reputação.

O que disse Toffoli na ocasião? Nada. Se os ministros Celso de Mello, o mais antigo da Corte, e Marco Aurélio Mello não saíssem em defesa da imagem do tribunal, teria ficado por isso mesmo.

Em entrevista de larga repercussão à jornalista Leda Nagle, o deputado Eduardo Bolsonaro sugeriu a adoção de um “novo” Ato Institucional nº 5 caso o Brasil entre em convulsão social.

Não há o mínimo sinal de que entrará. O AI-5 foi o ato usado pela ditadura militar de 64 para tirar a máscara. Tirou também a vida de centenas de opositores do regime e estimulou a tortura.

Nunca a fala de um dos filhos de Bolsonaro provocou tamanha indignação em todos os escalões da sociedade brasileira. A reprovação foi gigantesca e ele teve de pedir falsas desculpas.

O que disse Toffoli, o presidente do Supremo Tribunal Federal? A resposta de Toffoli foi o silêncio. Outra vez foram Celso e Marco Aurélio que falaram pelo tribunal.

Ao assumir a presidência do Supremo há pouco mais de um ano, Toffoli pôs um general como assessor para fazer o meio de campo entre ele e as Forças Armadas. Mais tarde, o assessor foi embora.

Quem faz agora o meio de campo para Toffoli é o ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e Silva. Toffoli acha que conseguiu abortar, há meses, um golpe que só ele pressentiu.

Assessores justificam seu estranho silêncio com a desculpa de que ele está pronto para quebrá-lo na hora que votar pelo fim da prisão em segundo instância, o que poderá acontecer esta semana.

Mas o que uma coisa tem mesmo a ver com a outra? Por acaso os militares se rebelarão se a prisão em segunda instância acabar? Toffoli enxerga outra possível ameaça de golpe no horizonte?

Responda, ministro! Responda. Os brasileiros têm o direito de saber.

*Por Noblat, VEJA.

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