Direita e esquerda costumam se acusar mutuamente sobre quem tem mais contas a prestar em relação ao recurso a atos ilícitos para conquistar ou manter poder. Mas os dados referentes às acusações criminais contra parlamentares federais, em análise no Supremo Tribunal Federal, sugerem que a associação de políticos com práticas criminosas é um fenômeno que vai além de ideologias.
De acordo com levantamento exclusivo da Revista Congresso em Foco, dos cinco partidos com maior número de congressistas sob suspeita, dois são de direita (PP, com 35 parlamentares, e PR, com 19), um é de esquerda (PT, com 32) e dois são de centro: PMDB (também com 32) e PSDB (26). Em ordem decrescente, portanto, a sopa de letrinhas fica assim: PP em primeiro lugar; PMDB e PT logo atrás, praticamente empatados; PSDB em seguida; e na quinta posição, mais distante dos demais, o PR.
Somados, os cinco partidos acima citados reúnem 144 parlamentares com pendências criminais no STF, em relação que inclui deputados e senadores licenciados de seus mandatos. Em outras palavras: PP, PMDB, PT, PSDB e PR concentram mais de 60% dos 238 parlamentares sob suspeita.