Redações zeradas no Enem aumentam para 309,15 mil

Enem

O Ministério da Educação divulgou as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2017). Houve um aumento significativo de redações notas zero em relação a 2016.

Com 4.725.330 provas corrigidas no Enem 2017, foram registradas 309.157 notas zero e apenas 53 redações notas mil. Na edição anterior, foram 291.806 notas zero e 77 notas mil, num universo de 6.034.672 provas corrigidas.

Para a presidente do Inep, Maria Inês Fini, os índices são de difícil comparação porque as populações que fazem o exame são diferentes, mudam a cada ano.

O Enem 2017 foi marcado por uma decisão judicial que, a poucos dias da aplicação da prova, acatou um pedido do movimento Escola Sem Partido proibindo que redações que desrespeitassem os direitos humanos fossem zeradas, como previa o edital. Segundo o MEC, 205 candidatos perderam pontos por esse motivo, mas não foram zerados.

“A correção da 5ª competência (que tira pontuação nesses casos) foi normal, não houve drama. A quantidade de candidatos que infringiram essa regra foi ínfimo, perto do total de pessoas que fizeram a prova”, afirmou Maria Inês.

Para André Ferreira, diretor pedagógico do Colégio Alfa Cem Bilíngue, um dos motivos que podem ter contribuído para o aumento de notas zero é a precisão exigida pelo tema, “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”.

“Se fosse para abordar a inclusão de pessoas com deficiência na cidade, por exemplo, seria um ótimo tema e menos restritivo. Em geral, os candidatos são jovens ainda, estão formando e construindo seus repertórios. Quando se estabelece filtros muito estreitos, pode haver um número maior de jovens se distanciado da nota mil e se aproximando da zero”, diz ele.

Considerando apenas os números absolutos, o volume de redações zeradas aumentou 5,94% em relação ao exame de 2016. O percentual em relação ao total é de 6,5%. Segundo o MEC, o principal motivo foi fuga ao tema (5,01% do total). Para o educador Marco Laurindo, isso era esperado.

“Isso aconteceu porque o tema abria a possibilidade para os alunos falassem de outros assuntos. Quem não estava tão bem preparado, facilmente caía na tentação de tangenciar o tema, sem de fato abordá-lo”, analisa

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