Republicanos perdem maioria na Câmara, mas mantêm controle do Senado

Apoiadores do candidato republicano ao Senado Ted Cruz

O partido republicano do presidente Donald Trump conseguiu manter a maioria no Senado após as eleições legislativas desta terça-feira (6) nos EUA. O partido, porém, perdeu o controle da Câmara, onde os democratas ganharam ao menos 24 cadeiras. 

O resultado confirma a tendência de eleições anteriores de meio de mandato presidencial em que o partido da oposição recupera a maioria das cadeiras da Câmara dos Representantes.

Até as 6h00 (horário de Brasília), os democratas haviam ganhado 26 lugares na casa, segundo o The New York Times —eles precisavam de 23 para retomar o controle. O placar era de 218 contra 192 republicanos. Todos os 435 assentos da Câmara estavam em jogo. 

No Senado, os republicanos já ultrapassaram as 50 vagas necessárias para definir a maioria. Até o início da madrugada, eles contavam com 51 das 100 cadeiras da casa, garantindo a maioria (35 vagas postos estavam em jogo nesta eleição). Os democratas precisavam obter duas novas cadeiras para conseguir maioria, mas não tiveram sucesso. Júlia Zaremba – Folha de São Paulo

Os republicanos venceram em algumas das disputas mais acirradas, como na Flórida, no Texas e em Missouri, nas quais triunfaram Rick Scott, Ted Cruz e Josh Hawley, respectivamente. 

Um Senado alinhado com a Casa Branca pode, por exemplo, alçar um terceiro juiz indicado por Trump à Suprema Corte caso haja alguma aposentadoria, depois de terem aprovado os conservadores Neil Gorsuch, em abril de 2017, e Brett Kavanaugh, em outubro deste ano. 

O presidente americano, Donald Trump, comentou os resultados em uma rede social: “Tremendo sucesso esta noite. Obrigado a todos!” 

As vitórias de Alexandria Ocasio-Cortez (Nova York), que com 29 anos torna-se a mulher mais jovem a ir para o Congresso, de Ayanna Pressley (Massachusetts), primeira negra a representar o estado na Câmara, e de Ilhan Omar (Minnesota), primeira muçulmana a ser eleita para o cargo, foram alguns dos destaques. 

Espera-se que os democratas bloqueiem parte de medidas controversas de Trump e realizem mais investigações contra o governo do republicano, aumentando a polarização entre Executivo e Legislativo. O partido também poder dar início a um processo de impeachment contra o presidente. 

Mais de 50 deputados não tentaram a reeleição nem disputam um cargo mais alto na casa, o maior número desde 1992.

Entre os republicanos, há 37 que se aposentam, ápice desde 1930 —um dos principais nomes do partido a deixar a casa será o presidente da Câmara, Paul Ryan, 48. 

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