Tarcísio manda recado para o MST

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos/foto), declarou em entrevista à CNN que o estado não tolerará invasões de terra, nesta segunda-feira, 15. Segundo o governador, medidas já foram tomadas para desmobilizar as invasões que ocorreram nas cidades de Agudos e Campinas.

Não vamos permitir invasões em São Paulo”, disse o governador.

De acordo com Tarcísio, o governo tem agido rapidamente para conter essas ações. As invasões fazem parte do chamado “Abril Vermelho”, uma onda de atividades promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em diversas regiões do país.

Invasões do MST

Até o momento desta tarde, o MST informou que já foram contabilizadas 21 invasões de terra como parte do “Abril Vermelho”. Essas ações estão ocorrendo em 11 estados brasileiros e no Distrito Federal: Sergipe, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Bahia, Pará, Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Ceará e Rio de Janeiro.

Além das invasões, o MST também realiza outras quatro atividades que não envolvem ocupações de terra. Essas ações são conhecidas como “Jornada de Lutas em Defesa da Reforma Agrária do MST” e acontecem no mesmo dia em que o presidente Lula lançará um programa voltado para a reforma agrária.

Tarcísio x MST

governo Tarcísio de Freitas, eleito com apoio do setor agropecuário, tem adotado uma postura que busca enfraquecer movimentos sociais como o MST. Essa política segue a linha adotada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), com o intuito de diminuir a influência desses grupos na região.

Em janeiro deste ano, Tarcísio fez a maior entrega de títulos de terra já realizada por todos os governos, em Euclides da Cunha Paulista, no extremo oeste de São Paulo, desafiando o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A região, conhecida como Pontal do Paranapanema, é palco dessa iniciativa que busca garantir a legalidade e segurança jurídica para os proprietários de terras.

Pontal do Paranapanema

O Pontal do Paranapanema é composto por 32 municípios. Com mais de 1 milhão de hectares de terras devolutas, ou seja, áreas públicas ocupadas irregularmente e sem destinação definida pelo poder público ou por donos particulares, a região se tornou um reduto de grupos que lutam pela reforma agrária.

Dentre esses grupos destaca-se o MST, que está comemorando seus 40 anos de existência esta semana.

A entrega de títulos de propriedade aos assentados é uma política que foi adotada no governo de Jair Bolsonaro e tem gerado controvérsias. Enquanto movimentos sem-terra e partidos de esquerda criticam o modelo, alegando que ele enfraquece o processo de reforma agrária, seus defensores argumentam que essa medida retira os assentados da dependência do MST e movimentos similares, proporcionando-lhes liberdade para produzir de acordo com as regras do mercado.

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