O Senado adiou a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, que estava prevista para esta terça-feira, 12. O adiamento ocorre depois de um encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), autor do requerimento do colegiado, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Como noticiamos, Lula tenta evitar a instalação do colegiado que pretende investigar a Braskem, empresa acusada de ser responsável pelo afundamento do solo em Maceió. A CPI, no entanto, é vista pelo governo como uma forma de nacionalizar a crise regional e ampliar a disputa política entre Calheiros e Lira.
O colegiado já tem quase todos os 11 titulares e sete suplentes definidos. Além de Calheiros, os demais senadores de Alagoas estão na CPI: Rodrigo Cunha (Podemos) e Fernando Farias (MDB).
Mais cedo, o senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que a instalação dependeria do que fosse discutido em reunião no Planalto. Por ser o senador mais velho da CPI, cabe a ele instalar e comandar a primeira reunião antes da oficialização do presidente do colegiado.
Lula pediu moderação
Durante o encontro de Lula com Lira e Calheiros, o petista pediu moderação entres os políticos da região e ofereceu o governo federal para ser o intermediador de uma solução para o imbróglio. O risco de desabamento de uma das minas da Braskem em Maceió ampliou as disputas entre grupos políticos do estado.
Além de Calheiros e do presidente da Câmara, estiveram presentes o senador Rodrigo Cunha, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), além do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), e do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB).
Apesar do adiamento, o grupo político de Calheiros diz que o colegiado será instalado ainda nesta quarta-feira, 13. Líderes partidários, no entanto, avaliam que o prazo é “inviável”, pois os senadores vão dar prioridade para a sabatina de Flávio Dino na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).