Associação denuncia invasões do MST ao Distrito Irrigado do Baixo-Açu, no Alto do Rodrigues

*Adenilson Costa – Repórter

A Associação do Distrito de Irrigação Baixo Açu (Diba) denunciou, por meio de ofício, encaminhado ao secretário de Agricultura, Pecuária e da Pesca do RN (Sape/RN), Guilherme Moraes Saldanha, na última quinta-feira (25), a ocorrência de invasões por parte do movimento “Sem Terras” em áreas pertencentes ao patrimônio do Rio Grande do Norte, especificamente, os que compõe o Distrito de Irrigação Baixo Açu/Perímetro Irrigado Oswaldo Amorim, nos municípios de Alto do Rodrigues e Afonso Bezerra.

Conforme o documento, “ressaltamos que no dia 12/01/2024, esta secretaria foi informada através do oficio 02/2024, conforme documento anexo, a invasão e acampamento do agrupamento denominado ‘Sem Terras’ no antigo canteiro de obras da 2ª Etapa deste Distrito. O referido agrupamento colou obstáculos físicos nos acessos ao referido canteiro impossibilitando o acesso a gerencia do Distrito, tendo em vista a boa gestão do patrimônio do Estado”, diz.

Em entrevista à TRIBUNA DO NORTE, o presidente do Diba, Michel Cosme, disse que o grupo é pequeno – cerca de 22 pessoas – e reivindica a instalação em um programa de assentamento na região.

Conforme o ofício, a Sape/RN entregou diversos lotes empresariais, que segundo levantamento, irão gerar investimentos privados nos próximos 12 meses, superiores a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais), cumprindo o papel social, econômico e ambiental, em consonância com a sua concepção inicial deste projeto.

Segundo Michel Cosme, o grupo invadiu a um trecho onde funcionou a parte administrativa da empresa que construiu o projeto. A região fica próxima ao início do canal de irrigação, de onde sai a água utilizada pelo Distrito. O insumo é custeado pelos produtores. “Eles [os invasores] estão se aproveitando dessa água sem nenhuma contrapartida. Além disso, existe o risco de, a qualquer momento, o canal ser fechado, o que pode afetar a produção de forma seríssima”, alerta o presidente do Diba.

Conforme o documento, as invasões causam insegurança jurídica, podendo prejudicar a consolidação do pleno funcionamento do Distrito de Irrigação. Como medida, sugere a formalização de um boletim de ocorrência na Polícia Civil, protocolando-o no Ministério Público nas comarcas Pendências e Angicos, além de encaminhar cópia para a Procuradoria Geral do Estado.

A reportagem procurou a Secretaria de Agricultura e a PGE para esclarecimentos. Guilherme Saldanha, titular da Sape/RN, disse que o problema de invasões na região ocorre pelo menos há seis anos. Para acabar com o problema, afirma, está sendo aberta uma seleção para agricultores familiares da região atuarem no Diba. “Isso vai permitir que pequenos produtores da área se habilitem ao processo de seleção para trabalhar no Distrito. O processo deve ocorrer ainda neste primeiro semestre”, explicou Saldanha.

Sobre a saída dos integrantes da área invadida, o secretário disse que as tratativas estão a cargo da PGE, que deve pedir a retirada do grupo à Justiça, mas ele não quis detalhar a questão. A TRIBUNA DO NORTE fez contato com a Procuradoria e aguarda retorno do órgão.

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