Comando Militar foi surpreendido com decisão de intervenção no Rio

Comando Militar foi surpreendido com decisão de intervenção no Rio

O Comando Militar do Leste (CML) foi surpreendido pela decisão do governo federal de decretar intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro. Símbolo dessa surpresa é o fato de o comandante do CML, o general Walter Souza Braga Netto, ter viajado com a família no carnaval e só ter retornado ao Rio na quarta-feira de cinzas. Braga, como é conhecido pelos colegas, será o interventor no Estado, e deve acumular a função com o comando do CML.

Eram 10 horas quando o general embarcou nesta sexta-feira, 16, para Brasília, onde o Alto Comando do Exército deve se reunir. A viagem para Brasília estava marcada para segunda-feira, quando ia se realizar a reunião ordinária do Alto Comando.

O encontro, no entanto, foi também, antecipado em função da decisão do governo de intervir na segurança fluminense.  “Há uma semana, nós não tínhamos essa perspectiva da intervenção. Foi uma surpresa”, afirmou um general do CML ouvido pelo Estado em condição de anonimato. As informações são de Marcelo Godoy, O Estado de S.Paulo.

Os generais do CML não sabem ainda qual o alcance da intervenção, qual será o papel do interventor em suas relações com o governador Luiz Fernando Pezão, com o Poder Judiciário e com o Ministério Público, além de não terem ainda uma noção clara de como ficará a articulação da área com demais órgãos públicos estaduais e municipais. “Não esperem nenhuma ação espetacular para hoje ou amanhã. Vamos aguardar o decreto para ver o que estará escrito nele. Para nós valerá o que estiver escrito”, afirmou.

No Palácio Duque de Caxias, ao lado da Central do Brasil, existe ainda a preocupação com o ineditismo da situação. Sempre se criticou nas Forças Armadas os governadores que queriam a ajuda dos militares sem, no entanto, concordar em entregar o comando da área, conforme previsto na legislação.  Há agora, no entanto, um temor de que o ambiente político contamine a caserna em um ano eleitoral. “Teremos muito cuidado, pois o Exército é um instrumento de Estado e não de governo”, disse o general.

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