Jornalista potiguar cego lança livro infantil com prefácio de Ivete Sangalo para desmistificar deficiências

Com prefácio da cantora Ivete Sangalo, a obra foi publicada pela Editora Letramento e teve eventos de lançamento em Natal e em São Paulo. Esse é o segundo livro de Fernando Campos, que já havia escrito Enxergando Além do Atlântico.

O escritor, que é cego, contou que a ideia surgiu por conta de uma rotina com o sobrinho de 4 anos para quem ele lê histórias para dormir.

“Eu comecei a pensar em trazer personagens diversos para as historinhas dele. Ele tem um tio [o próprio Fernando] que é cego, e eu queria mostrar para ele que isso é normal, que isso é saudável e que ser diferente é bonito, e está tudo bem, que o mundo é diverso”, contou.

“E eu acho que é melhor forma de levar isso para as crianças, é da forma lúdica, trazendo já nas historinhas que eles ouvem”, completou.

Ele disse que quando já tinha todas as histórias prontas na rotina com o sobrinho, surgiu a ideia do livro. As ilustrações do livro são do mineiro Alexandre Souza.

Contendo diversos contos, o livro aborda quatro personagens com deficiências diferentes. Fernando Campos contou que acredita que o propósito do livro é “muito necessário para os dias de hoje”.

“Trazer a representatividade para as crianças com deficiência, colocá-las no local de protagonista e mostrar para as crianças que não tem deficiência, justamente aquilo que eu tive a ideia de mostrar para o meu sobrinho, que seria diferente é normal, saudável e bonito”, disse.

 

Fernando Campos atua nas redes sociais

 

O jornalista potiguar possui mais de 500 mil seguidores nas redes sociais, onde também atua com discursos sobre inclusão e diversidade. Lá, também trata de rotina, limitações e como combater preconceitos que ele mesmo já experienciou.

“A importância é combater o capacitismo desde cedo, para que a gente construa indivíduos que respeitem a diversidade, que acreditem na inclusão, na capacidade de todos, que entendam que os corpos são diversos, que o mundo é diverso, e que cabe todo mundo no mundo”, disse Fernando.

Ele contou que por ser uma pessoa cega, as pessoas esperam sempre que ele escreva sobre essa mesma temática e que já o preocupou.

“Por enquanto, é um universo que tem me nutrido muito, que tem me rendido boas histórias, e eu também tenho algumas coisas armazenadas que podem virar futuros livros, mas é um desafio para mim também mostrar que não necessariamente os meus futuros livros precisam estar dentro desse universo”, disse.

 

g1

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.