Netanyahu virá ao Brasil, mas não ficará para a posse de Bolsonaro

Benjamin Netanyahu

Acusado de corrupção em várias investigações criminais, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deverá ser a principal ausência na posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro. Sua presença já havia sido confirmada  e era tida pelo governo de transição como um dos principais trunfos do futuro mandatário na esfera internacional.

De acordo com a embaixada de Israel, Netanyahu deverá desembarcar no Brasil na sexta-feira, 28, mas encurtará sua estada. Sua partida está gora prevista para o domingo, 30. A decisão ainda pode mudar.

Netanyahu e Bolsonaro se encontrarão entre os dias 28 e 30 no Rio de Janeiro. Um dos possíveis temas da conversa será a transferência da embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém, a exemplo do que fizeram os Estados Unidos em maio passado.

O tema é controverso dentro do próprio governo de transição, apesar da insistência do presidente eleito em levar adiante este projeto. Os militares temem que a iniciativa atraia ao Brasil acões de grupos extremistas islâmicos. Na área econômica, o temor está centrado na redução das importações de produtos brasileiros por países muçulmanos.

No domingo, o primeiro-ministro deverá também conceder uma entrevista para a imprensa brasileira na cidade. Se o premiê israelense faltar à posse, Bolsonaro poderá contar apenas com as presenças dos presidentes do Chile, Sebastián Piñera, e da Bolívia, Evo Morales – os únicos confirmados até o momento. O presidente americano, Donald Trump, um dos ídolos de Bolsonaro, será representado por seu secretário de Estado, Mike Pompeo.

A antecipação do retorno do primeiro-ministro para Israel se deve a uma reviravolta política israelense que coloca em risco o seu próprio futuro como governante. Os líderes dos partidos da coalizão governista em Israel chegaram a um acordo nesta segunda, 24, para dissolver o Parlamento e convocar novas eleições gerais para abril de 2019.

O acordo foi fechado após a coalizão fracassar em conseguir apoio para aprovar a legislação que convoca judeus ultraortodoxos para o serviço militar.

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