Com a nomeação publicada nesta quinta-feira (9) no “Diário Oficial da União”, o novo diretor geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segóvia, já começou a trabalhar, apesar de a cerimônia de posse ser somente em 20 de novembro. Ele decidiu trocar todo o comando da instituição, e seus “padrinhos” políticos – principalmente o PMDB – também estão se mobilizando para levar até ele indicações para postos estratégicos na corporação.
Segundo um interlocutor de Segóvia, o delegado Sandro Avelar deverá ser o vice-diretor, o segundo cargo mais importante na hierarquia da PF. Ex-presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF),
Avelar foi candidato a deputado federal pelo PMDB nas eleições de 2014, mas, com 21.888 votos, ficou em 19º lugar na disputa por uma das oito vagas reservadas na Câmara para o Distrito Federal. Na manhã de quinta, ele chegou a participar de uma reunião com Segóvia e o ex-diretor geral da PF Leandro Daiello. As informações são de O Tempo.
Segóvia também teria escolhido o delegado Cláudio Gomes, ex-corregedor geral, para comandar a diretoria de Inteligência. A de Combate ao Crime Organizado deverá ser ocupada por um delegado que hoje trabalha na PF do Espírito Santo. Segóvia começou a montar a equipe às pressas. Segundo um interlocutor, ele esperava ser escolhido como diretor da PF, mas não sabia que a indicação ocorreria nesta semana.
Segundo a “Coluna do Estadão”, o PMDB – um dos principais fiadores de Segóvia e um dos partidos com maior número de investigados pela Lava Jato – já fala em lotear as superintendências da PF nos Estados.
Segóvia assume o comando da PF num momento em que a Lava Jato começa a perder força dentro da corporação. Delegados que participam das forças-tarefa em Brasília e nos Estados reclamam que o governo federal reduziu o orçamento da operação. Inclusive, a força-tarefa em Curitiba, onde se concentram as principais investigações, foi destituída.
Com isso, o novo diretor geral assume o cargo sob múltiplas pressões: da sociedade, que defende a continuidade da Lava Jato; de parte da própria corporação, que queria a continuidade da gestão de Daiello; e do governo, alvo de investigações.