Polícia Federal acha evidências de propina a presidente do PT

Uma investigação da Polícia Federal encontrou evidências de que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT, recebeu R$ 1 milhão em propina de um esquema que envolvia o Ministério do Planejamento e a empresa Consist. As informações são do “Jornal Nacional”, da TV Globo.

De acordo com o relatório final do inquérito, que investigava um esquema de fraude em empréstimos consignados para servidores públicos federais, existem “indicativos” de que Gleisi “de alguma forma colaborou para ocultar ou disimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores oriundos do esquema criminoso Consist”.

O documento da PF diz ainda que “foram identificados diversos registros de pagamentos feitos em benefício da senadora Gleisi Hoffmann ou de pessoas relacionadas a ela e/ou ao marido, Paulo Bernardo (ex-ministro do Planejamento” entre 2010 e 2015.

O relatório foi enviado em março ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal. Ao todo, a Consist, empresa que administrava o software usado nos empréstimos, é suspeita de ter repassado R$ 100 milhões ao PT e a políticos. Os pagamentos a Gleisi seriam feitos por intermédio do escritório do advogado Guilherme Gonçalves, que firmava contratos falsos de prestação de serviços com a firma. O Globo

A PF identificou ainda um pagamento de R$ 390 mil de Gleisi e Paulo Bernardo para o advogado. Segundo a investigação, a verba seria oriunda da Consist, e a transação seria uma maneira de ocultar a origem do dinheiro.

CAIXA DOIS DA TAM

No relatório, a Polícia Federal também aponta o possível pagamento de caixa dois pela companhia aérea TAM, hoje Latam, na campanha de Gleisi ao Senado em 2010. A investigação identificou o pagamento de R$ 300 mil pela companhia em 30 de agosto de 2010 ao escritório de Guilherme Gonçalves, que afirma não ter prestado serviço à Latam. Para a Polícia Federal, o contrato foi simulado, e a conduta pode configurar crime de falsidade ideológica eleitoral.

“Existem indicativos de que Gleisi Hoffmann, com a participação de Marco Antonio Bologna (ex-presidente da TAM), Luiz Claudio Mattos de Aguiar (ex-diretor jurÍdico da TAM) e Guilherme Gonçalves (advogado da área eleitoral), ao menos omitiu, em documento público ou particular a declaração de que recebeu, em 30/08/2010, R$ 300 mil da empresa TAM para fins eleitorais por intermédio de um contrato de consultoria jurídica simulado entre o escritório de Guilherme Gonçalves e a empresa TAM sem a correspondente prestação do serviço, mas com registro de uso como honorário eleitoral.”

Gleisi disse que é vítima de calúnia e difamação e que nunca recebeu dinheiro ilegal para ela ou campanhas. Paulo Bernardo afirmou que não é investigado no inquérito. A TAM e a Consist afirmaram que estão colaborando com as investigações.

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