Manifestantes fazem protesto contra o governo Temer e contra as reformas trabalhista e previdenciária
ANGELA BOLDRINI – Folha de São Paulo
As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, as centrais sindicais, movimentos estudantis e sindicatos de policiais civis e federais farão nesta quarta-feira (24) uma manifestação em Brasília contra o governo de Michel Temer (PMDB) e pela convocação de eleições diretas.
A expectativa dos movimentos é de que 70 mil pessoas compareçam à manifestação, que começará às 11h em frente ao estádio Mané Garrincha —cuja construção foi alvo de operação da Polícia Federal nesta terça-feira (23).
De acordo com o governo do Distrito Federal e com organizadores, devem chegar à capital entre 500 e 600 ônibus de militantes vindos de diversas regiões do país. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), principal participante da Povo Sem Medo, diz ter mobilizado 90 ônibus de militância.
“A avaliação é que esse governo ilegítimo agora perdeu a capacidade política de governar”, afirmou na Câmara o coordenador do MTST e da Povo Sem Medo Guilherme Boulos.
Líderes de movimentos sociais se encontraram com parlamentares da oposição na tarde de terça para organizar apoio ao ato e às diretas dentro do Congresso.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal montou esquema especial de segurança para a manifestação, que deve incluir revista de todos os manifestantes, na altura da Catedral Metropolitana.
Serão proibidos itens como garrafas, hastes de bandeiras, latas, sprays e objetos perfurantes. Também não serão permitidas máscaras de qualquer tipo, incluindo-se equipamentos de segurança contra gás lacrimogêneo.
Armas de fogo também não permitidas, porém a presença de policiais, que têm prerrogativa de porte de armas, pode gerar impasse. Entidades ligadas à categoria afirmam que deve ser feito acordo com a organização para possibilitar a entrada dos policiais armados.
UNIFICAÇÃO
A manifestação inicialmente havia sido convocada contra as reformas da Previdência e trabalhista, por não haver consenso entre as centrais sindicais a respeito do governo Temer.
Após a revelação do áudio gravado entre Joesley Batista e Temer, na semana passada, a Força Sindical, do deputado Paulinho da Força (SD-SP), parte da base do governo, decidiu se unir ao “fora, Temer”.
Eles chegaram a participar da convocação dos atos de domingo (21), que foram esvaziados em todo o país.