Temer começa a liberar cargos para PP, PR, PTB e PRB

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O governo Michel Temer vai liberar dezenas de cargos para deputados de partidos do centrão, que ameaçam uma rebelião contra o Planalto na votação da segunda denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra Temer, que deve ser votada na próxima quarta-feira no plenário da Câmara. Na lista de beneficiados estão PP, PR, PTB e PRB. A liberação de cargos visa a evitar que se confirme o prognóstico de líderes da base aliada, que preveem que o presidente terá menos votos a seu favor em relação à primeira denúncia.

A avaliação é de que a relação política entre os parlamentares e o Palácio do Planalto piorou. Em linhas gerais, os aliados citam três motivos principais para o aumento dos votos contrários a Temer: o não cumprimento de promessas anteriores do governo em relação a liberação de cargos e emendas; o fato de os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) estarem juntos na segunda denúncia; e a perda do medo de punições, uma vez que o governo não puniu deputados da base que votaram contra Temer na primeira denúncia.

“O clima está tenso. Com certeza, ele terá menos votos a favor dele”, afirmou o líder do PSD na Câmara, Marcos Montes (MG), que comanda a quinta maior bancada da Casa, com 39 parlamentares. De acordo com ele, a sigla deve dar de três a cinco votos novos contra Temer na segunda denúncia. Na primeira, o partido tinha 40 deputados, dos quais 14 votaram pelo prosseguimento da ação penal – que acabou arquivada.

Um dos partidos que devem ser contemplados com cargo, o PR também deverá dar menos votos ao presidente desta vez. Segundo o líder da legenda, José Rocha (BA), “há uma insatisfação muito grande” dos deputados com o descumprimento da promessa de liberar emendas. “Ano que vem é ano eleitoral”, completou Rocha, sem dar uma estimativa de votos na bancada. Na primeira denúncia, o PR deu 28 votos a favor do presidente e nove contra. Outros três parlamentares se ausentaram.

O Palácio do Planalto começou a destravar as indicações dessas siglas que estavam represadas devido à demora no processo de análise dos nomes escolhidos para esses postos. Algumas nomeações já foram publicadas em portarias internas de cada instituição. Outras devem ser encaminhadas nos próximos dias. Deputados serão contemplados com postos regionais em órgãos como Banco do Nordeste e Ibama, entre outros.

Os caciques das siglas do centrão procuraram o ministro Eliseu Padilha para traçar o mapa de nomeações travadas e obtiveram do auxiliar de Temer a promessa de liberação.

O Planalto conseguiu, por exemplo, aplacar a insatisfação de deputados do PP da Bahia que reclamavam da demora na nomeação de seus indicados.

Três líderes partidários disseram à “Folha de S.Paulo”, em caráter reservado, que o movimento do governo saciou os deputados e reduziu o risco para Temer na votação da segunda denúncia. Eles consideram que as deserções em suas bancadas devem ser pontuais.

Em agosto, a Câmara barrou a primeira denúncia da PGR, por corrupção passiva, contra Temer por 263 votos a 227. Eram necessários 342 votos para manter a ação penal ativa. As informações são de O Tempo.

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