FHC recusa reunião com Temer

FHC

O presidente Michel Temer tentou encontrar com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no último domingo, mas alegando conflito na agenda, o tucano recusou o convite. O ex-presidente chegou a dizer que o peemedebista teria um “ato de grandeza” se renunciasse e convocasse eleições gerais.

A assessoria do Planalto afirma que a reunião não tinha data marcada e nega que o tucano tenha recusado o convite. Temer tentaria obter o apoio de FHC ao seu governo, segundo informação da Agência Estado.

FHC viaja hoje ao exterior e ontem participou de encontro de líderes tucanos no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. A reunião do partido foi realizada justamente para afinar o discurso sobre a gestão Temer.

Ao blog da jornalista Andréia Sadi, no G1, Fernando Henrique considerou “muito ruim” a situação política atual, mas que não teria como antecipar uma posição oficial do partido. O ex-presidente comentou declaração do presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, de que a crise estava insustentável a cada dia, e que a saída do partido do governo seria inevitável.
“Não tenho como antecipar a posição do partido. Mas ele expressou sentimento da Câmara, sentimento da sociedade, mas não o de todos os governadores”, disse Fernando Henrique ao blog da jornalista, que ainda afirmou ver a possibilidade de antecipação das eleições. Ele, no entanto, observou: “mas só com a renúncia de Michel Temer precedida de conversa com todos os grandes partidos e não somente com o PSDB”, ponderou.

A reunião de ontem, nas palavras de um tucano, não deveria definir a saída ou não do PSDB do governo (até o fechamento desta edição a reunião não havia terminado). Os tucanos estariam indecisos sobre quando deixar o governo. Como possuem quatro ministérios, romper com Temer significa entregar os cargos imediatamente. Como decidiram permanecer com o presidente após a divulgação da delação de Joesley Batista, os tucanos querem decidir pelo desembarque ou não em um momento em que a imagem do partido não sofra mais desgaste.

Nos últimos dias, líderes tucanos defenderam que o PSDB deixe seus cargos no governo. Tasso afirmou que o país caminha para a “ingovernabilidade” com Temer e disse que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), próximo na linha sucessória da Presidência, “tem condições” de assumir.

O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), por sua vez, afirmou que “se é para fazer uma escolha entre abandonar a nossa bancada na Câmara federal e abandonar os cargos confortáveis do governo, eu prefiro abandonar os cargos”.

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