Apesar de uma reunião inconclusiva de mais de quatro horas da cúpula do PSDB sobre uma saída dos tucanos do governo Michel Temer, o presidente interino da legenda, Tasso Jereissati, deixou o encontro, na noite desta segunda-feira, afirmando que o desembarque do partido está acontecendo mesmo sem uma definição de seus caciques.
No encontro, que teve pizza como prato principal na ala residencial do governo de São Paulo, o partido estabeleceu uma nova condição para decidir sobre se entrega a Temer os ministérios que comanda. Segundo Tasso, é preciso conhecer a posição majoritária da bancada do partido na Câmara antes de tomar uma decisão.
— Essa decisão será discutida após termos definida uma posição da bancada federal. Nós conseguimos identificar (uma tendência) na bancada na CCJ, mas não na bancada (que vai votar) no plenário — afirmou.
Entretanto, pouco antes, o líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Trípoli, havia dito aos jornalistas na frente de Tasso que existe uma maioria na bancada a favor da admissibilidade da denúncia contra Temer numa votação em plenário. As informações são de O Globo.
— Há hoje uma maioria no sentido da admissibilidade mas não sei quantificar ainda —- disse Trípoli.
Tasso, então, admitiu que um desembarque da sigla do governo Temer está se desenhando mesmo sem uma orientação da direção do partido.
— Viemos aqui informar aos governadores o que está acontecendo na bancada federal e trocar ideias. Não há consenso. Mas o que estou observando é que o partido por si mesmo está desembarcando independentemente do controle ou da minha vontade — afirmou.
Trípoli e Tasso anunciaram para esta terça ou quarta-feira uma reunião da bancada do PSDB na Câmara para mapear a postura dos deputados tucanos na votação em plenário do relatório que virá da Comissão de Constituição e Justiça sobre a admissibilidade da denúncia contra Temer. Na CCJ, cinco dos sete deputados do PSDB votarão a favor da denúncia da Procuradoria-Geral da República.
— Na CCJ temos uma maioria, 5 a 2, pela admissibilidade da denúncia. Agora no plenário vamos convidar a bancada para uma reunião amanhã ou depois para definirmos a postura da bancada. Há hoje uma maioria no sentido da admissibilidade mas não sei quantificar ainda — disse Tripoli.